Alma Nova 17 - Máscaras, Trevas e Lemurianos


Um dia já havia se passado desde que Okko, Shiryu e Kiki foram embora e Jiste já estava com seus cavaleiros-fantasmas sobre o telhado do orfanato, a espera. A líder achava que os outros cavaleiros iriam embora, e assim poderia pegá-los no bote quando saíssem com a armadura de ouro, mas isso não acontecera. Já era noite novamente, então planejaram o ataque e como iriam agir.


Mandaria Golfinho e Serpente Marinha primeiro para chamar atenção dos cavaleiros de bronze, as habilidades de combate de seus lacaios não estavam aos pés desses cavaleiros que derrotaram Docrates e os cavaleiros negros. Logo depois, mandaria Medusa para a parte de trás do orfanato, para que causasse mais confusão, enquanto ela entraria pela tangente para pegar a armadura de ouro. Seria interessante que o Cavaleiro de Corvo estivesse por perto para raptar o seu alvo e causar mais estardalhaço, porém esse cavaleiro do Santuário raramente trabalha em equipe.


O plano estava articulado, porém havia algo errado com esses cavaleiros da Resistência. Eles não saíam, não patrulhavam, estariam tão feridos assim? Os cosmos de Serpente Marinha e Golfinho estavam evidentes, tinha que trazê-los para fora, não gostava de surpresas que podiam matá-la.


- Só mais dois minutos, e depois atacamos. – dizia mentalmente para seus lacaios.


 *****


O teleporte foi um sucesso, estavam próximos de Jamiel, uma montanha gigantesca no Nepal. O “Último Refugio Lemuriano” ficava no plano astral, como uma fina película que estava junto ao mundo real. Kiki estava exausto por teleportar cinco seres vivos além dele (dois cavaleiros e três armaduras), Okko enjoou e sua ânsia escapou para fora de seu corpo, Shiryu estava com a mesma revolta em seu estômago, mas já estava acostumado com esses “pormenores”.


O cavaleiro de Dragão, depois de se recuperar do mal-estar, sentiu toda aquela onda de paz e vida, que só sentia vindo de Hana, transbordando naquela região. A visão também era bela, a neve cobrindo as montanhas, em um simbolismo de um lugar que nunca mudou, com se sempre estivesse preso da beleza da eternidade.


- Que bela vista! – Okko dizia admirado.


- Uma das desvantagens de ser cego é não poder admirar tamanha beleza física. – dizia Shiryu ao seu lado, deixando Okko desconsertado, sem saber como se desculpar sobre seu comentário. O jovem chinês apenas se virou para o companheiro de viagem e disse. – Não é por que eu não posso ver que você não possa admirar, Okko. Deve ser realmente uma vista linda. Kiki não cansa de me descrever, mas vamos logo, que temos um longo caminho a fazer e o tempo está contra nós.


Os três se levantaram e colocaram-se a caminhar, cada um com uma armadura nas costas, até mesmo Kiki, que insistira que era tão cavaleiro quanto qualquer um dos dois. Quando Kiki se afastou, Shiryu parou Okko com uma aura preocupada.


- Okko, não importa o que aconteça, sempre siga em frente. É o único jeito de se sobreviver em Jamiel sem ser um lemuriano. Não se esqueça de sempre seguir enfrente. – A voz de Shiryu era pesada e fatídica, a mesma que seu mestre usava quando perguntava sobre o motivo de por tantos anos estar parado em Rozan.


Okko parou, enquanto via os dois se afastando, respirou fundo e pensou. “Não é esse o destino do cavaleiro do zodíaco: - Sempre em frente, pois não temos tempo a perder”? E colocou-se a correr para enfrentar o que viesse.


 *****


O cavaleiro de ouro de Virgem estava sentado em sua eterna posição de lótus, sem armadura e com o cabelo indicando a corrente de vento. Sentia que algo ainda estava fora do lugar em sua vida. Shaka tinha poder de ver sua linha cronológica, seja o passado ou o futuro, mas somente a dele, porém há muito tempo estava obstruído. Via apenas imagens distorcidas, uma torrente de imagens que tirariam a sanidade de qualquer ser humano, apenas por serem incompreensíveis.


Ele estava, e ao mesmo tempo não, na casa de Virgem, no salão das árvores gêmeas, uma reprodução astral onde Buda, seu mestre e sua reencarnação antiga, morrera. No plano astral, todos os dons e limites podiam ser esquecidos, mas mesmo assim ainda estava em seu bloqueio. Não tirava da cabeça a amazona de Fênix que fora desfragmentada átomo por átomo, era como se ela ainda persistisse a existir.


Até que sentiu um distúrbio no cosmo no mundo astral, e jogou sua atenção para ele. Era longe, mas não impossível para o cavaleiro mais próximo dos deuses. Via a mítica ilha Kanon, com seu vilarejo vazio, apenas na praça central um esqueleto em chamas e um velho homem com as costelas aparecendo. Reconhecia o cosmo vindo do esqueleto, era o da mulher que atrapalhava seus pensamentos. A amazona de bronze estava se reconstruindo, violando as leis e sua execução. Era um erro que tinha de ser consertado, mas não pelas suas mãos. Já haviam dado a ordem pela própria Athena que todo cavaleiro de ouro que saísse de sua casa zodiacal seria considerado um traidor, o que fazia muito sentido, já que a famigerada “Resistência Aioros” poderia atacar a qualquer momento.


Considerando que provavelmente os cavaleiros de Áries e Libra já estavam nessa rebelião, qualquer um deles poderia atacar, e não se conhecia todas as extensões de seus poderes. Ou até mesmo se houvesse um cavaleiro de ouro infiltrado da Resistência. Todos deviam estar prontos para o pior, mas a amazona era um sinal de seu fracasso, uma conta pendente. Por um instante, pensou em chamar seus discípulos, Ágora de Lótus e Shiva de Pavão.


- Sim, mestre. – Ambos apareciam na forma de um teleporte bem sucedido, eles sempre estavam por perto e Ágora era um médium, podia prever algumas coisas no futuro, um dom que usava para servir melhor seu mestre.


- Tenho um assunto que apenas vocês podem resolver. Um carma que só vocês podem se livrar para minha mente apenas servir a Athena. – dizia a reencarnação de Buda aos seus discípulos com uma voz realmente preocupante, qualquer outra pessoa não veria as nuances de seus humores, mas os dois cavaleiros de prata sentiam cada nuance como uma grande onda se aproximando.


- Sim, mestre. Faremos tudo que for ordenado. – dizia Shiva de Pavão acompanhado o aceno positivo de seu companheiro de treinamento. O destino de Fênix estava sendo novamente traçado.


 *****


Marin estava no chão em uma noite escura. Ao tentar lembrar-se do que tinha acontecido, sua cabeça doeu e tentou levantar-se, mas os espasmos de dores foram fortes demais que não conteve o lamuria de dor.


- Fique calma, Marin. Está em companhia de um amigo. - ela reconheceu a voz como a de Garan, o servo e integrante da casa de Leão. O que era mais estranho é que ele mesmo não era um cavaleiro, mas seu poder equivalia a de um cavaleiro de ouro. Talvez, quem conhecesse realmente sua força fosse Aioria ou outros cavaleiros. – Sem movimentos bruscos, se não pode arrebentar alguns pontos que fiz.


Garan improvisara um acampamento rústico, com uma pequena fogueira. Ela via uma sopa sendo preparada, a limitação da fome ainda era comum nos cavaleiros, tanto que fez o estômago da amazona roncar. Barulho que a constrangeu e que ele achou um elogio a sua sopa e sorriu.


- Obrigada, Garan, por tudo. Sei que você não queria tirar os méritos de Thouma quando descobriu que eu estava em perigo. – Marin pegava um pedaço de pano e cobria o rosto ainda com a máscara quase como um véu que deixava sou rosto sem contornos definidos pelas transparências.


- Ainda se apega aos velhos dogmas de que “amazonas devem esconder o rosto”? Que imagem retrógrada para uma das principais líderes da ‘Resistência Aioros’. Imagens dos revolucionários são sempre de transgressores e não de seguidores de dogmas.


- Não sei como é para você, afinal, nós da Resistência nunca tivemos tempo para conversar um com os outros, mas me dói só em pensar que nos estamos “matando” em uma guerra civil entre os defensores da humanidade. Só estamos ajudando aos deuses malignos a conquistar essa humanidade. - Marin dizia em um tom apocalíptico.


- Não penso muito nisso. Faço isso mais para limpar a honra de Aioros, ele foi meu irmão de armas e me passou a educação de Aioria quando ele fugiu. Eu fui um dos vários que podia ter ido com ou contra ele, mas ele me passou essa missão, disse que eu entenderia se juntasse algumas peças e eu estou aqui. Não penso em ficar para a história, ser uma lenda, mas sim cuidar que o sacrifício de Aioros não seja em vão. - dizia Garan com um pesar no coração.


Marin o fitou e percebeu um tom de amargura em seu tom de voz, leve, mas estava lá. Aioros que era o símbolo máximo da Resistência contra o plano do Grande Mestre Ares e sua falsa deusa. Vendo que ela mesma tinha assuntos que não comentava, como ‘quem a havia treinado?’ ou ‘quem era o líder da revolução?’, preferiu ficar calada.


 *****


A amazona de morcego ordenava o ataque à mansão de Golfinho e Serpente Marinha que avançavam lateralmente pelo edifício, mas com um estardalhaço típico de cavaleiros iniciantes e arrogantes, enquanto Medusa entrava pelos fundos para causar um caos interno. No entanto, todos falharam.


Do chão saíam correntes cheias de cosmo e eletricidade que destroçariam qualquer mortal. Estavam a volta de toda do orfanato, as lendárias correntes de Andrômeda as quais se equiparavam a um muro de ferro da espessura de sua proteção. Os três cavaleiros fantasmas estavam enredados nas correntes, sendo eletrocutados. Jiste sabia que se revelasse sua posição perderia sua chance de pegar a armadura, e que por isso tinha que usar os três como distração.


Golfinho e Serpente Marinha se reagruparam na frente da mansão, sabiam que táticas furtivas não iriam funcionar agora. Medusa também saía do golpe, menos avariado, pois seu poder era o mesmo da corrente, o toque elétrico.


Da porta, saía a amazona que era a dona daquelas armas mortais, Pandora estava com um cosmo monstruoso, era o seu próprio aliado com a armadura, mas não estavam em harmonia ainda, e sim em um consenso, um misto de energias antagônicas heterogenias que dançavam a sua volta.


- Não sei quem são vocês, mas presumo que foram enviados pelo Santuário. – dizia Pandora como um arauto. – Vocês têm duas opções: neguem sua falsa deusa ou padeçam aqui.


Na boca de qualquer outro cavaleiro de bronze, seria uma ameaça, um brado de guerra, mas na voz de Pandora parecia uma profecia, fazia parecer que realmente só havia dois caminhos. Fato que fez o coração dos dois fantasmas tremer, porém temiam mais sua líder do que uma falsa amazona-profetisa.


Serpente Marinha respirava fundo, e voltava a investir contra a defesa nebulosa, enquanto Golfinho se preparava para alguma outra ação. Pandora sabia que era inútil, as correntes eram uma defesa intransponível, tudo que ele estava fazendo era correr em direção a morte.


Mas aquele cavaleiro fantasma realmente era uma víbora, ele conseguia se desviar das primeiras linhas de defesa, esguiamente, mesmo quando era humanamente impossível. Chegava até mesmo nas últimas duas correntes de defesa. Não podia arriscar ser derrubada, sabendo que ela era a única defesa entre Athena e seus carrascos.


Ela reuniu uma energia densa de trevas em suas mãos, parecia a pior tempestade já vista, condensada em uma esfera maligna. A amazona disparou à queima-roupa no rival que foi jogado contra a defesa nebulosa, sendo atacado pela ‘Força Treva’ de Pandora e eletrocutado pelas correntes.


Sem esperar e vendo apenas uma sombra no chão, ao olhar para cima, via o segundo cavaleiro vindo pelo ar. Atacando com um chute vertical, um grande erro, pois a maior proteção da defesa nebulosa era por cima, as correntes iam em direção de atacar o inimigo aéreo, livrando Serpente Marinha das correntes, mas não da rajada mística da sacerdotisa.


Porém, aqueles eram golpes previsíveis e quase suicidas, seriam eles tão inexperientes assim? Ou estavam armando alguma coisa mais perigosa.


A pergunta foi respondida com tentáculos atando suas pernas e seus braços, que não permitiam continuar seu golpe. Havia se esquecido do terceiro que havia tentando entrar pelos fundos da mansão. Ela mesma começava a ser eletrocutada por aqueles tentáculos.


 *****


Na ponte do vento, Okko já não conseguia ver quase nada por causa da neblina. Sabia pela voz que Shiryu e Kiki estavam a sua frente, mas não os via e nem sentia seu cosmo, pois todo aquele lugar conhecido como Jamiel jorrava cosmo, cada pedra ali tinha um cosmo substancial.


- Sem querer se chato, mas estamos chegando? – Não que Okko estivesse com medo ou cansado, mas estava ansioso por voltar. Contar apenas com Pandora com armadura e com Thouma e Isaak extremamente feridos, deixava a vida de Athena em risco. Tudo que podia fazer era tentar se apressar.


- Tudo a seu tempo. – dizia o jovem chinês. – Em Jamiel, não é bom ter esses sentimentos fortes. Como você pode perceber, tudo aqui tem cosmo e é vivo. Fique calmo, vamos chegar no momento exato que precisarmos.


E Shiryu de repente havia parado, como se algo o incomoda-se, Kiki sentia o mesmo, mas pensava que era o cansaço alterando sua percepção e Okko achava que era seu mal-estar.

-Algo que devamos nos preocupar? – Perguntava Okko querendo colocar a armadura mesmo com ela seriamente avariada.


- Por enquanto não, temos ainda que atravessar a ponte das almas. Lembre-se, sem sentimentos hostis. – Shiryu continuava a andar, sendo seguido pelo jovem Lemuriano e o cavaleiro de bronze.


  *****


Pandora gritava de dor por baixo da máscara, mesmo que eles fossem de um nível inferior ao de Andromeda Negro. Um ataque de oportunidade daquele era muito doloroso, e as correntes pareciam se ocupar mais de Serpente Marinha e Golfinho, portanto cabia a ela cuidar de Medusa.


Em um instante, o ar se torna sombrio onde a corrente tocava, e o solo, um gramado bem cuidado, agora parecia se tornar um cemitério erodido. Uma energia negra permeava o ar. A mesma trazia a tona o terceiro cavaleiro-fantasma, comprimido em uma esfera de matéria escura.


Jiste escondida entre as arvores via uma brecha entre as correntes e o ataque nefasto daquela amazona. Ela dispara em direção à abertura, mas é bloqueada por um jovem muito mais veloz que ela, de cabelos verdes, e com cristais de gelo se formando a sua volta.


- Estive esperando que você aparecesse. – Sem pensar duas vezes, ou mesmo se apresentar, aplicou nela uma rajada de gelo de seu pó de diamante. Que ela esquiva, deixando para trás uma ilusão dela mesma.


Jiste pensava em fugir para planejar um novo ataque, mas ao se virar, já encontrava seu adversário novamente em posição de combate. E um segundo cosmo aparecia com o som de um trovão. Era um jovem ruivo, carregado com eletricidade de relâmpagos que rodeavam seu corpo.


Sabia que não poderia fugir, teria que lutar contra os dois. Ambos tinham o cosmo maior, mas o estado físico deles era deplorável, principalmente do ruivo. Estavam sem armaduras, porém com o clássico olhar de cavaleiros vestiam as mesmas. Coisa que ela aprendera que era mais uma fraqueza do que um orgulho em si.


Olhava rapidamente para os dois em posições oposta, qualquer um pronto para flanqueá-la. Um deles com um ar frio o rondando e o outro exalando raios a cada respiro, ambos predadores em posição de ataque para cima de uma víbora como ela.


E em um piscar de olhos os três desapareceram...


 *****


Chegavam à ponte das almas, Okko esperava encontrar uma ponte realmente, levando ao lugar onde as armaduras eram consertadas. Porém tudo que viu foi nevoa, naquela altura deveriam ser as nuvens no topo da montanha.


- E acho que finalmente chegamos a tão dita Ponte das Almas. Estou decepcionado por não ter nenhuma ponte por aqui. Deve ser mais alguma coisa filosófica de Lemurianos que eu nunca entenderei. – Okko tentava manter o humor o melhor possível, apesar daquela sensação de ser perseguido perturbá-lo.


- Vamos logo consertar suas armaduras e voltar para os outros. Afinal, se estamos sendo perseguidos aqui, não imagino o que eles não devem estar passando. – Shiryu fala baixo para o cavaleiro de dragão, para não alarmar Kiki, que ao que parece não havia percebido nada ainda.


Kiki avançava tranquilamente pela densa neblina com a armadura de Cisne. O jovem cego e o moreno voltavam-se para as suas costas em posição de combate. Shiryu, ao perceber que o cavaleiro de dragão ficou, virou-se levemente para sua direção com um ar indagador.


- Acha que não sei o que pretendia fazer, Shiryu? – Okko disse sem se desfazer da posição de combate. – Conheço esse papo de ‘vou ficar para trás para você conseguir seu objetivo’, já carrego o sacrifício da amazona de Fênix, que fez muito mais por Athena do que qualquer um de nós treinados para defender a Deusa. E o pior que eu nem lembro mais do nome dela. Não vou deixar você morrer ou lutar sozinho, seja o que for que apareça vamos vencer juntos.


Shiryu sorriu pelo sentimento de união que os dois tinham, um tigre e um dragão unidos em um objetivo. Isso era o equilíbrio cármico que se equalizava no universo.


- Comovente a união que vocês têm, mesmo sendo traidores. Achei que vocês seriam mais desunidos. Devem ser a exceção nessa corja. – como surgido de uma sombra, o dono daquele cosmo saltava contra o sol, fazendo Okko o perder de vista, mas Shiryu acompanhava bem preciso o deslocamento de seu cosmo. – Sou Arakne de Tarântula, e acho que dou conta de um cavaleiro de bronze e dois aprendizes ainda.


Arakne era enorme, não se comparando a Docrates, mas ele também era esguio, com grandes pernas e seu peitoral era diferente das outras armaduras, era quase esférico, o que era bem aberrante para eles.


- Respondam-me apenas uma coisa antes que eu os mate. Mu é um dos traidores realmente, ou vocês vieram tentar a sorte com aquele eremita?


- Acho que isso não é da sua conta Arakne. – dizia Okko de maneira desafiadora e selvagem.


- Ora, seu... Prepare-se!  TEIA DE TARÂNTULA.


O soco do cavaleiro de prata vinha carregado de uma alta densidade de cosmo, que logo após se ramificava fazendo uma teia de cosmo, a qual foi evitava pelos dois defensores de Athena. Okko ao pular para trás quase caiu se não fosse Shiryu, alertá-lo.


Ao olhar para trás, via a silhueta de lanças que não eram muito nítidas por causa da neblina, mas jurava que tinha visto alguns cadáveres. O que fez o cavaleiro de dragão tremer, pois grande parte dos cadáveres tinha armaduras.


 *****


Há 17 anos atrás...


Estava morto, Nabal, o Demônio dos Demônios não tinha mais corpo, pois foi incinerado por Guilhermo e a sua alma consumida por chamas espirituais feitas por Giovani. Ambos estavam de pé naquela vila morta que um dia eles chamaram de lar.


Ambos os irmãos olharam o que fizeram e choravam pelos mortos, pela sua dor e pelo que se tornaram. Eles eram as crias, os legados daquele Lemuriano assassino. Giovani estava com a armadura de ouro de Câncer e Guilhermo estava com a armadura de prata de Taça, e ambos não se achavam merecedores das armaduras.


- Giovani... O que faremos? Não posso curar ninguém... pois todos estão mortos. O que faremos?


Giovani concentrou todo seu cosmo na ponta dos seus dedos e ouviu-se um estalo. As almas da vila de Avezzano foram chamadas, as almas de todos os inocentes mortos por Nabal flutuavam em um tom púrpura, o novo cavaleiro de Taça entendera o que seu irmão pretendia fazer e não acreditava que ele agora tinha tal poder para isso.


Um raio foi do dedo do cavaleiro áureo e com aquelas almas que os seguindo.


- Você vai mesmo fazer isso? – Guilhermo estava chocado. – Vai prender a alma de todos que amávamos pela eternidade?


Seu irmão ficou calado, apenas se concentrando para que as almas chegassem em segurança à quarta casa zodiacal, que agora era de sua responsabilidade. Ao chegarem lá, as almas foram cobrir as paredes e os tetos, com rostos de dor e tristeza.


- Esqueça quem somos, Guilhermo. Somos crias de Nabal. Ele não matou apenas quem nós amávamos, mas sim quem nós éramos. Giovani morreu nessa batalha, quem esta aqui hoje é Máscara da Morte de Câncer, e aqueles eram os meus troféus. – Máscara da Morte se virou e começou a andar para longe do antigo irmão.


Guilhermo entendeu que ele guardou as almas de quem eles amavam para depois conseguir trazê-los de volta. Aquele era o jeito de Giovani de tentar se redimir. Ele também entendeu que Guilhermo teria que morrer, pegando aquela máscara demoníaca, ele iria abandonar seu nome e sua armadura, e se chamaria de “O Cavaleiro do Diabo”, e iria para a Rainha da Morte como reclusão de seus pecados.


Assim morreram todos que foram tocados por Nabal que iriam carregar seu legado, menos seu filho o qual ele nunca soube da existência.

4 comentários:

  1. muito bom ver o okho eo shiryu juntos, mas é dificil não ve o shiryu como o dragão purpura que deve , thoma continua fodão, agora falta ver esmeralda chutando bundas

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    1. Olha a demora para responder comentários. É bem complicado mesmo ver o Shiryu como um mero coadjuvante, mas vamos que vamos. Esmeralda... Humn... To achando que ela morreu mesmo, mas vamos ver o que o grande Deus do Roteiro diz.

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  2. Quando você vai postar o próximo capítulo? A história é realmente muito boa; estou adorando tudo e quero saber como termina. Abraços

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    1. Então... Alma Nova 18 estava escrito a muito tempo atrás, e ele foi embora quando meu computador deu PT, e estava muito bom, só que me deu uma tristeza que nunca mais mexi na história Isabel =(

      To tentando reescrever, mas tá complicado... Mas em sua homenagem e a esse comentário quase natalino vou tentar escrever =)

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